Primeiras impressões:
Naquele início de tarde, após sair de uma aula um tanto estressante (tive que dar um sermão nos meus alunos do 7º ano), nem almocei e fui direto para o centro, a fim de testar alguns violões eletroacústicos na akustica musical (olha a propaganda!). Depois de incomodar duas atendentes e um atendente (o atendimento deles é um dos pontos altos, eles realmente paparicam o comprador), sem comprar nada, corri até a biblioteca, pois estava em cima da hora. Consegui chegar uns minutinhos antes e reconheci a Fernanda, aluna da professora Karine, minha amigona, e vi algumas meninas que nunca havia visto antes. Caradepaumente, já fui perguntando às outras se elas tinham vindo para a oficina. Algumas (eu acho que nem todas) eram. Então, depois de conversar com o pessoal da biblioteca (meninas sempre muito atenciosas), peguei o material necessário e subimos para o telecentro. Até então, eu tinha a confirmação de duas alunas: a Danieli, da EMEF Nova Sardenha, e a Fernanda Mattos (da EMEF 1º de Maio, onde leciono), mas, naquele momento, havia mais duas alunas: a Natália (também da EMEF 1º de Maio) e a Adriana (ou seria a Paula? Ou seria mesmo a Adriana, ou seriam as duas?). Subimos eu, a bibliotecária e as quatro meninas (ou as cinco meninas).
No início, não sabia muito o que fazer, embora, semanas antes, já tivesse tudo planejado. Para quebrar o gelo, pedi para que elas se apresentassem. Foi nesse momento que chegaram mais duas alunas (ou foram as duas colegas da SEC, a Ângela e [maldita memória, esqueço o nome de todo mundo]... e houve novas apresentações. Eu sei que, com a chegada da Ângela e sua colega, e uma fotógrafa (cujo nome também não lembro), tivemos novas apresentações e tiramos algumas fotos para registrar a gênese de todas as oficinas que, espero, vinguem!
A dupla da Smec saiu logo em seguida e, então, foi a hora em que eu comecei a me apresentar, uma vez que as meninas não tinham ainda lido o blog onde eu me apresento. Como sempre, me empolguei um pouco em falar (se tivesse que pagar imposto por falar, estava mais pobre do que já estou), principalmente quando cheguei na parte sobre experiências literárias e musicais. Daí comecei a falar um pouco sobre teoria do conto e da narrativa e dar exemplos com base nas séries das personagens Percy Jackson, Harry Potter e Sherlock Holmes. Acho que não chateei (muito) ninguém, pois ninguém dormiu (as meninas pareciam atentas, ou talvez fossem apenas muito educadas).
Depois de quarenta minutos, mais ou menos, resolvi que era hora de calar um pouco a matraca e começar a desafiá-las. Pedi a uma das oficineiras (não me peçam nomes e nem muitos detalhes, só lembro que eram todas meninas simpáticas) que me dissesse três palavras, sem que ela tivesse muito tempo para pensar nas tais palavras.
Em seguida, pedi à menina, ao lado da que havia falado, que também dissesse mais três palavras. Para não ficar muito óbvio, pulei a fila e escolhi, aleatoriamente, que uma terceira falasse mais três palavras. Então, pedi que uma outra participante dissesse três adjetivos, que poderiam ser qualidades ou defeitos. Depois de já termos um montante de doze palavras, pedi a uma das meninas que escolhesse três sentimentos. Logo em seguida, uma outra menina nomeou três lugares ou cenários.
Não tenho certeza absoluta das palavras, pois, na correria em arrumar o material para a viagem (logo mais falou um pouquinho sobre isso), acabei colocando fora o papel das palavras (sei que fiz uma coisa muito feia, mas foram as circunstâncias, até fiquei feliz por não ter esquecido de nada em casa, mas não me lembrei de que havia colocado esse papel no lixo!!). Mas, puxando pela memória, sei que os sentimentos eram amor e ódio, os adjetivos eram legal, querido e histérico e os cenários eram praia, rochedo e não me lembro (não lembro mesmo).
Com esse material, anotados num papel e também no quadro branco, pedi às escrevinhadoras que criassem uma história curta. Elas deveriam usar todas as palavras nessa história, o que tornava o exercício bem difícil, mas o desafio foi prontamente aceito (oh, corajosas meninas escritoras!!) e elas começaram a escrever. Nossa sorte foi que como só vieram seis (ou seriam sete? Não fiz lista de chamanda, então...) havia computadores para todas.
Também resolvi aceitar o desafio e comecei a produzir o meu texto, à mão mesmo, usando uma folha branca e uma caneta bic azul. Durante quase uma hora, só se ouviam alguns cochichos e o som dos tec tecs do teclado e do ruído da minha caneta bic (olha a propaganda de novo) no papel.
Quando estávamos nos aproximando das 16 horas (horário do fim daquele primeiro encontro), resolvi que deveríamos parar (se não fosse pela viagem, teria ficado mais). Paramos e começamos a ler os textos. A primeira a ler seu próprio texto foi a Natália (espero não estar chamando uma das alunas do Primeiro de Maio por um nome que não lhe pertence). Sendo uma menina desinibida (que é uma palavra que significa algo como alguém exibido que é tão simpático que não parece exibido), a Nat leu seu texto, que era bem longo para o parco tempo que tivemos (ela digita muito rápido, fruto, ao que parece, de escritas diárias de um fanfic sobre relacionamentos). Todo mundo pareceu gostar do texto e, acho, porque o texto era bom.
Em seguida, a Nat apontou que queria que uma outra menina lesse. Essa outra leu e aceitou escolher uma terceira e a terceira uma quarta, e a quarta uma quinta, então eu, também bastante desinibido (sendo um exibido que não parece exibido, já que sou simpático ou acho que sou) li o meu texto (elas disseram que gostaram, mas tenho minhas dúvidas...).
Então, quando olhei para o relógio, ou para o celular, ou para o computador, já eram 16h e 15 minutos! Eu não podia ficar mais nem um segundo sequer, pois tinha que ir em casa arrumar minha mala com duas mudas de roupas, escova de dentes, pente (dessa vez não levei o secador e nem a chapinha), pegar meu violão e zarpar para a rodoviária de Caxias a fim de pegar um ônibus para Porto Alegre e, depois, para Pelotas, com a finalidade de chegar em Piratini (mais de 100 km de Pelotas). Então, tive que me despedir dessas valentes escrevinhadoras de Farroupilha e fui-me para a minha longa jornada.
Na pouca bagagem que levava comigo, estava também o livro “Além da Realidade”, das escrevinhadoras Danieli Müzemberg e Paula Carolina Werner.
Sobre o livro, e sobre a viagem, estarei postando mais futuramente...
Um abração a todos!
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