Escrevinhadores de Farroupilha

sábado, 9 de novembro de 2013

Primeiras impressões:

Naquele início de tarde, após sair de uma aula um tanto estressante (tive que dar um sermão nos meus alunos do 7º ano), nem almocei e fui direto para o centro, a fim de testar alguns violões eletroacústicos na akustica musical (olha a propaganda!). Depois de incomodar duas atendentes e um atendente (o atendimento deles é um dos pontos altos, eles realmente paparicam o comprador), sem comprar nada, corri até a biblioteca, pois estava em cima da hora. Consegui chegar uns minutinhos antes e reconheci a Fernanda, aluna da professora Karine, minha amigona, e vi algumas meninas que nunca havia visto antes. Caradepaumente, já fui perguntando às outras se elas tinham vindo para a oficina. Algumas (eu acho que nem todas) eram. Então, depois de conversar com o pessoal da biblioteca (meninas sempre muito atenciosas), peguei o material necessário e subimos para o telecentro. Até então, eu tinha a confirmação de duas alunas: a Danieli, da EMEF Nova Sardenha, e a Fernanda Mattos (da EMEF 1º de Maio, onde leciono), mas, naquele momento, havia mais duas alunas: a Natália (também da EMEF 1º de Maio) e a Adriana (ou seria a Paula? Ou seria mesmo a Adriana, ou seriam as duas?). Subimos eu, a bibliotecária e as quatro meninas (ou as cinco meninas). 

No início, não sabia muito o que fazer, embora, semanas antes, já tivesse tudo planejado. Para quebrar o gelo, pedi para que elas se apresentassem. Foi nesse momento que chegaram mais duas alunas (ou foram as duas colegas da SEC, a Ângela e [maldita memória, esqueço o nome de todo mundo]... e houve novas apresentações. Eu sei que, com a chegada da Ângela e sua colega, e uma fotógrafa (cujo nome também não lembro), tivemos novas apresentações e tiramos algumas fotos para registrar a gênese de todas as oficinas que, espero, vinguem! 

A dupla da Smec saiu logo em seguida e, então, foi a hora em que eu comecei a me apresentar, uma vez que as meninas não tinham ainda lido o blog onde eu me apresento. Como sempre, me empolguei um pouco em falar (se tivesse que pagar imposto por falar, estava mais pobre do que já estou), principalmente quando cheguei na parte sobre experiências literárias e musicais. Daí comecei a falar um pouco sobre teoria do conto e da narrativa e dar exemplos com base nas séries das personagens Percy Jackson, Harry Potter e Sherlock Holmes. Acho que não chateei (muito) ninguém, pois ninguém dormiu (as meninas pareciam atentas, ou talvez fossem apenas muito educadas). 

Depois de quarenta minutos, mais ou menos, resolvi que era hora de calar um pouco a matraca e começar a desafiá-las. Pedi a uma das oficineiras (não me peçam nomes e nem muitos detalhes, só lembro que eram todas meninas simpáticas) que me dissesse três palavras, sem que ela tivesse muito tempo para pensar nas tais palavras. 

Em seguida, pedi à menina, ao lado da que havia falado, que também dissesse mais três palavras. Para não ficar muito óbvio, pulei a fila e escolhi, aleatoriamente, que uma terceira falasse mais três palavras. Então, pedi que uma outra participante dissesse três adjetivos, que poderiam ser qualidades ou defeitos. Depois de já termos um montante de doze palavras, pedi a uma das meninas que escolhesse três sentimentos. Logo em seguida, uma outra menina nomeou três lugares ou cenários. 

Não tenho certeza absoluta das palavras, pois, na correria em arrumar o material para a viagem (logo mais falou um pouquinho sobre isso), acabei colocando fora o papel das palavras (sei que fiz uma coisa muito feia, mas foram as circunstâncias, até fiquei feliz por não ter esquecido de nada em casa, mas não me lembrei de que havia colocado esse papel no lixo!!). Mas, puxando pela memória, sei que os sentimentos eram amor e ódio, os adjetivos eram legal, querido e histérico e os cenários eram praia, rochedo e não me lembro (não lembro mesmo). 

Com esse material, anotados num papel e também no quadro branco, pedi às escrevinhadoras que criassem uma história curta. Elas deveriam usar todas as palavras nessa história, o que tornava o exercício bem difícil, mas o desafio foi prontamente aceito (oh, corajosas meninas escritoras!!) e elas começaram a escrever. Nossa sorte foi que como só vieram seis (ou seriam sete? Não fiz lista de chamanda, então...) havia computadores para todas. 

Também resolvi aceitar o desafio e comecei a produzir o meu texto, à mão mesmo, usando uma folha branca e uma caneta bic azul. Durante quase uma hora, só se ouviam alguns cochichos e o som dos tec tecs do teclado e do ruído da minha caneta bic (olha a propaganda de novo) no papel. 

Quando estávamos nos aproximando das 16 horas (horário do fim daquele primeiro encontro), resolvi que deveríamos parar (se não fosse pela viagem, teria ficado mais). Paramos e começamos a ler os textos. A primeira a ler seu próprio texto foi a Natália (espero não estar chamando uma das alunas do Primeiro de Maio por um nome que não lhe pertence). Sendo uma menina desinibida (que é uma palavra que significa algo como alguém exibido que é tão simpático que não parece exibido), a Nat leu seu texto, que era bem longo para o parco tempo que tivemos (ela digita muito rápido, fruto, ao que parece, de escritas diárias de um fanfic sobre relacionamentos). Todo mundo pareceu gostar do texto e, acho, porque o texto era bom. 

Em seguida, a Nat apontou que queria que uma outra menina lesse. Essa outra leu e aceitou escolher uma terceira e a terceira uma quarta, e a quarta uma quinta, então eu, também bastante desinibido (sendo um exibido que não parece exibido, já que sou simpático ou acho que sou) li o meu texto (elas disseram que gostaram, mas tenho minhas dúvidas...). 

Então, quando olhei para o relógio, ou para o celular, ou para o computador, já eram 16h e 15 minutos! Eu não podia ficar mais nem um segundo sequer, pois tinha que ir em casa arrumar minha mala com duas mudas de roupas, escova de dentes, pente (dessa vez não levei o secador e nem a chapinha), pegar meu violão e zarpar para a rodoviária de Caxias a fim de pegar um ônibus para Porto Alegre e, depois, para Pelotas, com a finalidade de chegar em Piratini (mais de 100 km de Pelotas). Então, tive que me despedir dessas valentes escrevinhadoras de Farroupilha e fui-me para a minha longa jornada. 

Na pouca bagagem que levava comigo, estava também o livro “Além da Realidade”, das escrevinhadoras Danieli Müzemberg e Paula Carolina Werner. 

Sobre o livro, e sobre a viagem, estarei postando mais futuramente...

Um abração a todos!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

COMO SE INSCREVER PARA AS OFICINAS?

Copiem e preencham a ficha de inscrição abaixo:

FICHA DE INSCRIÇÃO PARA AS OFICINAS LITERÁRIAS:

NOME COMPLETO:
NOME DA MÃE:
ESCOLA EM QUE ESTUDA ATUALMENTE:
ANO/SÉRIE:
PROFESSORA RESPONSÁVEL (A DE LÍNGUA PORTUGUESA):
O QUE VOCÊ MAIS GOSTA DE LER?
QUE LIVRO VOCÊ ESTÁ LENDO ATUALMENTE?
CITE 5 LIVROS DE QUE VOCÊ MAIS GOSTOU:
VOCÊ ESCREVE? SE SIM, O QUÊ? (CONTO, POESIA ETC.)
QUANTAS HORAS POR SEMANA VOCÊ LÊ?
QUAL A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DA ESCRITA EM SUA VIDA?

Após preenchê-la, colem na mensagem e enviem um e-mail para profemauriciomw@yahoo.com.br

No campo do "assunto", coloquem "Inscrição para oficina literária".

Tentei fazer algo mais moderno, mais automático, porém as opções ou são pagas ou exigem muitos dados.

Essa forma de contato, apesar de meio arcaica, serve bem para os propósitos de inscrição e arquivamento das inscrições para as oficinas.

Agradeço pela colaboração!

PS: Enviem logo suas inscrições. A fila anda!


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

REGULAMENTO DO BLOG ESCREVINHADORES DE FARROUPILHA

Art. 1º - DOS OBJETIVOS

O BLOG ESCREVINHADORES DE FARROUPILHA tem como objetivos:
- desenvolver a criatividade e a livre expressão de ideias;
- estimular a expressão do pensamentos através da escrita;
- incentivar o estudo e a escrita de diferentes gêneros textuais;
- dar publicidade aos textos produzidos.

Art 2º - DAS RESPONSABILIDADES

O Blog está vinculado ao Projeto Caminhos da Leitura sob a responsabilidade do(a) coordenador(a), da Biblioteca Pública Municipal Olavo Bilac e da Secretaria Municipal de Educação;
O Blog será administrado por um(a) professor(a) de Língua Portuguesa que também será coordenador(a) das oficinas. As oficinas terão duração limitada, conforme o gênero em estudo.

Art. 3º- DA PUBLICAÇÃO

Os textos serão escritos em oficinas de Produção, Teoria e Prática Literária e publicados periodicamente.
Poderão ser publicados no blog, também, textos produzidos sob orientação de professores da Rede Pública e por eles encaminhados à coordenação.

Art. 4º DAS INSCRIÇÕES

Para cada oficina serão ofertadas 20 vagas que serão preenchidas por ordem de inscrição. Havendo número maior de interessados do que o número de vagas, os excedentes ficarão em lista de espera. Em caso de desistência, será chamado o 1º estudante da lista de espera.
Duas faltas sem justificativa configuram desistência.
Para participar das oficinas, os alunos deverão se inscrever no blog, preenchendo uma ficha com seus dados.


Art. 5º DA CERTIFICAÇÃO

Será fornecido certificado aos participantes que atingirem 75% de frequência.
As oficinas terão a duração de duas horas e serão realizadas nas quartas-feiras, das 14 às 16h, na Biblioteca Pública Municipal Olavo Bilac.

Art.6º DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

As oficinas serão oferecidas gratuitamente, sendo de responsabilidade do estudante e de sua família a locomoção até o local.

Situações não previstas nesse regulamento serão decididas pela coordenação.
Por que “escrevinhadores”?

O termo escrevinhador, segundo o dicionário Michaelis digital significa:
escrevinhador
es.cre.vi.nha.dor
adj+sm (escrevinhar+dor2) Que, ou o que escrevinha. sm Mau escritor; rabiscador.
Var: escrevinhadeiro, escrevinhante.

Já o Aulete on line coloca escrevinhador como:

escrevinhador
(es.cre.vi.nha.dor) [ô]
a.
1. Pej. Diz-se de quem escrevinha, rabisca (aluno escrevinhador).
2. Diz-se do mau escritor, autor de obras medíocres.
sm.
3. Pej. Aquele que escreve com letra ruim; RABISCADOR
4. Autor de obra literária de pouco mérito ou insignificante.
[F.: escrevinhar + -dor.]


O dicionário Priberam coloca que:

es·cre·vi·nhar

verbo transitivo
1. Escrever mal.
2. Produzir obras sem valor.
3. Traçar letras ou palavras soltas, sem fim determinado.
4. Entreter-se a escrever.

"escrevinhar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/escrevinhar [consultado em 14-10-2013].

Enquanto que:

es·cre·vi·nha·dor

 |ô| 
adjetivo e substantivo masculino
Escrevedor.

"escrevinhador", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/escrevinhador [consultado em 14-10-2013].


A pergunta é: por que usar escrevinhador em vez de escritor, já que o termo escrevinhador significa mau escritor que escreve obras sem valor?

Em tempos de pós-modernidade, como bem colocaria o filósofo Derrida, as palavras ganham novas conotações. Por exemplo, uma palavra que já teve seu uso de forma negativa e que, hoje, ganha conotação positiva ou até mais do que positiva, é o termo loucura (e tudo que tem a ver com ela). Antes loucura era tudo que é normal, que está dentro de um padrão aceitável. Atualmente, normalidade é quase sinônimo de chatice e quando achamos uma coisa muito interessante, ou muito criativa, ou até mesmo muito agradável, dizemos: “que coisa louca!”. Hoje, dizer “Fulano ou Cicrana é muito(a) louco(a)” é um elogio. E dos melhores que há!

Escrevinhador, ao nosso ver, e também segundo o escritor e ganhador do prêmio nobel de literatura Garcia Márquez, é sinônimo de escritor, mas também bem poderia ser sinônimo de escritor iniciante... ou não?

Acreditamos que sim.

Desse modo, o nome do blog é escrevinhadores, pois somos todos escritores neófitos, iniciantes, que recém começaram a escrever, talvez pela pouca idade (os alunos das EMEFs de Farroupilha), talvez por modestidade... Ok?


Grande abraço a todos!
Literatura pra quê?

Na música “Comida”, da clássica banda brasileira Titãs (que já foram os Titãs do Iê iê iê), é dito que:

“Bebida é água
Comida é pasto
Você tem fome de quê?
Você tem sede de quê?

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte(...)”


Literatura, no caso, está diretamente ligada à arte, que, por sua vez, está mais do que diretamente ligada à diversão, ao lazer. Quem não gosta de ler não sabe o que está perdendo. Quem diz que não lê porque “não tem nada para ler” está por fora, tem preguiça de pesquisar, de tentar descobrir o que lhe agrada, o que lhe “faz a cabeça”.

Já é clichê, chavão, dizer que “ler é descobrir novos universos”, ou que “ler é viajar sem sair do lugar”, mas mesmo sendo repeteco, frase repetida sem autoria, não deixa de ser verdade... ler é tudo isso e muito mais. E a Literatura faz parte de nossas vidas. Até quem apenas assiste a novelas (muito criticadas pelos puristas literários), de certo modo, está ligado à literatura. A novela, para quem não sabe ainda, é filha da literatura, inclusive, novela é o nome de um gênero literário que, em extensão, fica entre o conto (texto narrativo curto) e o romance (texto narrativo longo). Antes de ser encenada, a novela é escrita, tal qual uma peça de teatro, num outro gênero híbrido chamado “roteiro”. Antes de ser imagem, a novela é palavra...

Quem aprende a gostar de ler, e isso realmente é uma coisa, ou melhor dizendo, um hábito, que se aprende, torna-se um bom refém da literatura, pois precisa de uma dose diária de literatura. Precisa, diariamente, de entrar em contato com esses “novos universos” e tem que sempre dar sua viajada sem sair do lugar...


Ler, segundo o grande escritor norteamericano Ray Bradbury (um dos meus preferidos) é uma “pílula contra a melancolia”. Mesmo que choremos ao ler um livro, ou mesmo que sintamos medo ao lermos uma história de horror, é a diversão que fala mais alto. Ler é realmente uma necessidade.